Neste post vou explicar como foi a minha experiência de fazer trabalho voluntário no exterior e passar todas as dicas para você que também tem a mesma ideia.
Nota inicial: Antes de continuarmos, quero já deixar claro que muito se mistura o conceito de trabalho voluntário com work exchange, que nada mais é do que um escambo (troca de bens ou serviços sem envolver dinheiro). O voluntariado, portanto, que irei falar aqui é a atividade de interesse social e comunitário, sem nenhum fim lucrativo, de maneira a ajudar o próximo e buscar um mundo mais justo e igualitário.
Sendo assim, como funciona isso de voluntariar em outro país?
Pois bem, existem diversas formas e períodos de tempo em que é possível fazer trabalho voluntário no exterior. Tem gente que imerge bastante, passa meses no exterior fazendo isso. Tem gente que não tem tanta disponibilidade de tempo, então existem alternativas mais curtas, como uma ou duas semanas, para justamente encaixar no período de férias (que foi o meu caso).
Cada organização sem fins lucrativos ao redor do mundo precisa de algum tipo de apoio pra poder seguir funcionando. Seja apoio financeiro, de divulgação, de voluntariado mesmo… Então, toda a ajuda é bem-vinda. E cada pessoa pode ajudar da forma que lhe for possível.
Quando decidi por fazer esse voluntariado e comecei a pesquisar, em 2015 (viajei em 2016), ainda não havia muitas informações de como proceder. Na época, existiam algumas empresas que faziam a ponte entre o voluntário brasileiro e a organização social no país de destino. Hoje, já existem várias. Hoje, aliás, já existem plataformas (e não empresas) que fazem o elo entre os dois pontos. Então é muito mais fácil.
Eu, então, acabei optando por contratar uma empresa especializada em trabalho voluntário no exterior pra fazer essa ponte. Acabou que a empresa não era tão boa assim, passei por alguns perrengues bem desnecessários, fora que percebi (tarde demais) que boa parte dos meus recursos investidos estavam indo para o lucro da dona da tal empresa, e não para quem realmente precisava.
Onde é possível fazer trabalho voluntário?
Existem inúmeros países de destino em que é possível fazer trabalho voluntário no exterior. A começar por aqui mesmo no Brasil! Desde Estados Unidos até Afeganistão. Do Chile ao Haiti. Do Quênia à Tanzânia. Tudo depende do que a pessoa tem interesse, do que ela sabe fazer – e, dessa forma, pode ajudar mais.
Só tem um jeito: pesquisando. Internet está aí para isso.
Como eu disse, hoje em dia existem muito mais empresas que fazem essa intermediação e também plataformas (como a Worldpackers, por exemplo), em que é possível se conectar diretamente com a organização.
Se eu fosse ter essa experiência de novo, certamente começaria por aí. Não esqueça que, usando o código ARRUMAESSAMALAWP você recebe US$ 10 de desconto.
Porém, é preciso ter consciência de que nem sempre esse contato diretamente com a organização é fácil. Isso depende muito, principalmente, do país que tu escolher como destino e das condições de acesso à internet e tecnologia.
Por exemplo, na organização em que atuamos no Quênia havia internet. Mas elas demoravam muito tempo para responder emails. Às vezes, nem respondiam. Rede social, então, mais difícil ainda. Os computadores eram bem antigos e lentos.
De maneira geral, no Quênia, a população não tem internet no celular o tempo todo como nós temos. Existe pacotes de dados para celular, mas eles custam caro e acabam rápido. Ou seja, eles economizam ao máximo para ter só em casos mais emergenciais mesmo. E daí usam o wifi de casa. Os que têm, claro. Então, tudo isso resulta em demora ou em não ter um retorno.
Quando eu fui, um grupo de canadenses estava lá também. E até eles conseguirem organizar tudo da ida, demoraram cerca de um ano em troca de emails.
O que eu posso fazer de trabalho em uma organização internacional?
Depende da organização que você for escolher para fazer o seu trabalho voluntário no exterior. Existem os mais diferentes trabalhos ao redor do mundo. E cada pessoa se encaixa melhor em determinado ramo. Existe desde ajudar elefantes na África do Sul, a tartarugas na Costa Rica, a moradores em situação de rua nos Estados Unidos, a crianças em orfanatos no Quênia.
E, mesmo assim, ainda existem aptidões diferentes para cada caso. Você pode só ajudar um elefante a tomar banho ou pode ser um médico veterinário. Você pode só brincar com as crianças ou pode ensinar a elas algo, como uma nova língua, ou matemática, geografia…
Por isso, vale pesquisar bastante. E pensar bastante também, para ver como e a quem o seu conhecimento e a sua habilidade podem ajudar mais. Mas isso também não é excludente.
O mais importante é ter consciência de que o voluntário não é salvador da pátria de ninguém. Que a nossa cultura não necessariamente é a cultura do outro. Temos de saber compreender e respeitar isso. Não podemos chegar em outro país e determinarmos que o jeito correto de agir ou fazer tal coisa é o modo brasileiro. E isso vale para trabalhos voluntários no Brasil também. A nossa realidade não é a realidade do outro. E é isso que faz do voluntariado algo tão enriquecedor. Porque funciona de trocas. Quem ganha mais nesse processo é o voluntário, sempre. Ganha carinho, aprendizado, expande a mente…
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E quanto custa?
Depende.
Falar de valores é sempre complicado, pois cada caso é um caso. Mas, de maneira geral, você terá de pagar a sua passagem aérea e uma “taxa” para a organização social pela acomodação e alimentação, que nada mais é do que uma forma de arrecadação de recursos para poder seguir com o projeto.
Se você contratar uma empresa intermediária, como eu fiz, ainda terá de pagar pelo serviço dessa empresa.
Algumas organizações sociais solicitam que o voluntário faça um crowdfunding antes de viajar, de maneira a levar recursos financeiros para lá. Outras solicitam arrecadação de doações. Varia muito. Sendo assim, como já disse, só pesquisando para saber qual a melhor forma para você.
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